CFP: IV Colóquio Internacional de Análise do Discurso
CFP: IV Colóquio Internacional de Análise do Discurso
"A produção dos consensos e a conquista das resistências:
os discursos nos movimentos do mundo contemporâneo"
2-4 setembro 2015
O que produz o entendimento e o desentendimento entre os sujeitos de uma sociedade? Mais fundamentalmente, o que a constitui? Há efetiva compreensão entre seus membros, porque são eles falantes de uma mesma língua? Quais são os papéis desempenhados pela linguagem, pelas línguas e pelos discursos nos consensos e nos conflitos sociais? Essas e outras questões da mesma natureza acompanham o pensamento humano há milênios e voltam a nos frequentar mais intensa e particularmente em nosso mundo contemporâneo, marcado ao mesmo tempo, mas não na mesma medida, por lutas necessárias e reivindicações justas e por hegemonias, radicalismos e intolerâncias.
Em nossos tempos, o Mercado liberal, a Mídia tradicional e a Política conservadora não cessam de produzir e de veicular em consonância suas loas às práticas e aos valores do consumo e da democracia à moda ocidental. Já ouvimos, inclusive, o decreto do “fim da História”, com o alcance do que seriam os perfeitos sistema de produção e regime de governo: a Democracia capitalista. Assim, supostamente as lutas entre os “senhores” e os “escravos”, entre os “dominantes” e os “dominados”, entre, enfim, abastados e desvalidos de distintas sortes já não teriam mais razão de ser. Com a consolidação da Internet e, mais recentemente, das redes sociais, as benesses do sistema e do regime ganhariam um novo aliado: a tão almejada liberdade de expressão. Sua demanda, seu anúncio e exercício talvez possam ser em nossas bocas, com mais frequência do que gostaríamos, mais repetições que nos foram sugeridas do que diferenças que teríamos efetivamente conquistado. Sabemos, porém, que nas relações humanas não existem apenas reproduções e automatismos. Ante as estratégias de controle do poder de várias ordens, há a possibilidade de lhes confrontarmos com táticas e resistências. Estas últimas, entretanto, não são fenômenos naturais, cujo advento seria promovido sem árduas batalhas e dolorosas conquistas. Se assim não fosse, teríamos de fato chegado ao fim da História…